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domingo, 27 de março de 2016

Bernie Su e Kate Rorick - O Diário Secreto de Lizzie Bennet


Este livro é uma versão moderna de Orgulho e Preconceito de nossa querida Jane Austen e tenho de dizer que adorei este livro, que basicamente segue a mesma linha de seu livro de inspiração, mas com a temática do sec. XIX,  que utiliza como plano de fundo as mídias sociais e como elas são utilizadas hoje em dia.

Lendo o agradecimentos da autora depois de ler o livro todo que fui entender que o livro veio depois de um projeto de web chamado The Lizzie Bennet Diaries,  no qual nossa personagem principal Lizzie produz um vlog, ou seja,  uma série de vídeos sobre a sua vida e posta no Youtube como um projeto de sua pós, nele nós temos rostos para nossos queridos personagens, como a própria Lizzie, Lydia, Jane e lógico o Darcy! Em minha defesa de não ter descoberto isso antes a sinopse que li do livro não citava o fato e só agora pesquisando mais sobre ele que vi sobre os vídeos, fazer o que, eu fui ler o livro num impulso e não busquei mais informações naquele momento.

Vou deixar o link da página dos vídeos ao fim da página, alguns dos primeiros vídeos estão com legendas em português, mais praticamente todos os vídeos as legendas são em inglês mesmo, mas é muito legal de assistir mesma para quem não possui fluência em inglês. Posso me considerar uma pessoa romântica e adorei assistir a interação da Lizzie e do Darcy juntos, então o livro é basicamente a mesma história dos vídeos só que contada pelo diário da Lizzie. É muito interessante assistir aos dois, te dá algumas perspectivas diferentes da estória, existem partes da estória que a Lizzie não conta nos vídeos e só ficamos sabendo pelo diário dela.

Não vou ficar falando muito, pois o bom é ler o livro, saiba que ele é divertido, irreverente e vamos acompanhando o crescimento pessoal da Lizzie conforme o decorrer dos capítulos, não gosto de falar muito sobre como é livro, pois achamos resenhas na web que praticamente contam o livro inteiro e acabma influenciando em nossa opinião , só saiba que o livro é ÓTIMO!



Já sabe, se quiser o livro, é só deixar um recadinho nos comentários com seu e-mail que te envio, vamos compartilhar a Cultura!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tracey Garvis Graves - Na Ilha


Ao ler a sinopse pela primeira vez não me interessei tanto pela estória, mas resolvi dá uma chance ao livro. Ao começar a leitura o texto já foi me conquistando, imaginado quando e como exatamente aqueles dois personagens, Anna e T.J., ficariam juntos e ao continuar a leitura eu pensava é agora que acontece algo entre eles, mas nada...

Como vocês puderam ver na sinopse os dois ficam presos em uma ilha e o texto é tão bom que você se pega torcendo pelo casal desde o começo, mesmo tendo a diferença de idade entre eles, T.J com 16 anos e a Anna com 30 anos no começo da estória, o texto possui aquela dinâmica que gosto muito, de mostrar o que os personagens principais estão pensando, então a narração do livro é dividida entre a Anna e o T.J.

Não quero falar muito sobre o livro para não contar muita coisa, pois a leitura é tão boa que você se perde no livro e quer continuar lendo até terminar, confesso fiz isso e fiquei até de madrugada, ou melhor, até pela manhã lendo o livro até o fim, sendo que comecei a o ler por voltar das 19h da noite, li rápido não?

Ao pesquisar na internet a capa do livro para postar aqui encontrei outra capa com o título “Sozinhos na ilha”, trata-se do mesmo livro, pois achei uma resenha dele, mas com outra Editora, então talvez por isso da mudança de nome.

O livro possui um spin-off chamado “Uncharted” no qual conta a estória de Owen Sparks, outra pessoa que também viveu na ilha e com isso vemos um pouco mais de nosso casal sensação Anna e T.J., segue uma sinopse desse livro abaixo, ele só me deixou com gostinho de quero mais principalmente de Anna  e T.J.



quarta-feira, 15 de abril de 2015

Kiera Cass - A Herdeira (Leia os dois primeiro capítulos)


Queridos leitores em 05 de Maio teremos o lançamento mundial de A Herdeira, o mais novo livro da Série Seleção onde junto de America Singer vivemos todas suas angustias sobre qual escolher fazer entre dois amores (eu sempre preferi o Maxon) e as incertezas quanto a seleção e se ela seria escolhida.

Em A Herdeira iremos vê o que aconteceu com America e Maxon após seu casamento, neste livro a filha mais velha do casal,  Eadlyn, terá de fazer uma seleção, só que agora com 35 rapazes, aí já estou me abanado só de pensar em tanto homem junto, rs. Bem voltando ao foco, a  Eadlyn já nasceu sabendo que teria de assumir ao trono, mesmo sendo mulher e tendo um irmão gêmeo e aí você me pergunta, como você sabe disto? Eu sei graças aos dois capítulos que foram liberados ao leitores só para terem aquele gostinho de quero mais e ficarem ainda mais ansiosos pelo lançamento do livro.

Certo a editora Seguinte que lançará o libro no Brasil disponibilizou um Capítulo em seu site, mas o site Jornal Oficial de Illea disponibilizou até o segundo capítulo!

Vou colocar o link dos dois sites, para que quiser olhar os capítulos diretamente de lá, mas segue abaixo os capítulos!

Ah, também háverá mias dois livros da série Seleção, mais informações no site da editora no pé da página. Boa leitura!!!


LEIA O PRIMEIRO E SEGUNDO CAPÍTULO DE A HERDEIRA:


CAPÍTULO 1

Nunca consegui prender a respiração por sete minutos. Nem sequer por um. Uma vez tentei correr um quilômetro e meio em sete minutos depois de descobrir que alguns atletas faziam isso em quatro, mas fracassei espetacularmente quando pontadas na lateral do abdome me deixaram exausta no meio do percurso.

Contudo, há uma coisa que consegui fazer em sete minutos que a maioria das pessoas consideraria bem impressionante: me tornar rainha.

Por ínfimos sete minutos cheguei ao mundo antes do meu irmão, Ahren, e o trono que deveria ser dele passou a ser meu. Se eu tivesse nascido uma geração antes, esse detalhe não teria feito diferença. Ahren era homem; Ahren seria o herdeiro.

Ora, minha mãe e meu pai não suportariam ver sua primogênita perder o título por causa de um inoportuno, ainda que agradável, par de peitos. Então eles mudaram a lei, e o povo se alegrou, e fui preparada dia após dia para me tornar a próxima governante de Illéa.

O que eles não entendiam era que aquelas tentativas de tornar minha vida justa pareciam bem injustas para mim.

Eu tentava não reclamar. Afinal, tinha consciência de que era muito sortuda. Mas havia dias, às vezes meses, em que eu sentia um enorme peso nas costas. Peso demais para qualquer pessoa suportar sozinha, na verdade.

Folheei o jornal e vi que outra rebelião havia ocorrido, dessa vez em Zuni. Vinte anos atrás, o primeiro ato de meu pai como rei foi dissolver as castas, e o velho sistema se desfez aos poucos, ao longo da minha vida. Eu ainda achava totalmente bizarro que no passado as pessoas vivessem marcadas por esses rótulos restritivos e arbitrários. Minha mãe era Cinco, meu pai, Um. Não fazia sentido, até porque não havia nenhum sinal externo dessas divisões. Como eu ia saber se estava ao lado de um Seis ou de um Três? Aliás, por que isso importava?

Logo que o fim das castas foi decretado, houve comemorações por todo o país. Meu pai esperava que as mudanças já estivessem bem consolidadas depois de uma geração. Ou seja: a essa altura, as coisas deveriam se acertar de vez.

Não era o que estava acontecendo, e essa nova rebelião era a mais recente de uma série de revoltas.

— Café, Alteza? — perguntou Neena ao deixar a bebida sobre a minha mesa.

— Obrigada. Pode levar os pratos.

Corri os olhos pelo artigo. Dessa vez, incendiaram um restaurante porque o proprietário não queria promover um garçom a chef de cozinha. O garçom alegava que a promoção havia sido prometida mas nunca efetivada, e tinha certeza de que era por causa do passado de sua família.

Vendo os restos carbonizados do prédio, eu sinceramente não sabia de que lado ficar. O proprietário tinha o direito de promover ou demitir quem quisesse, e o garçom tinha o direito de não ser marcado com um rótulo que, teoricamente, já não existia.

Deixei o jornal de lado e peguei minha bebida. Meu pai ia ficar irritado. Eu tinha certeza de que ele já devia ter pensado e repensado mil estratégias para tentar amenizar a situação. Mas, mesmo que conseguíssemos resolver alguns problemas, éramos incapazes de evitar cada um dos casos de discriminação pós-castas. Eram numerosos, muito frequentes e difíceis de monitorar.

Pus o café na mesa e fui em direção ao closet. Já estava na hora de começar o dia.

— Neena? — chamei. — Você sabe onde está o vestido cor de ameixa? Aquele com a faixa?

Ela apertou os olhos, concentrada, e veio ajudar.

Neena era relativamente nova no palácio. Começara a trabalhar comigo seis meses antes, quando a criada anterior ficou duas semanas de cama. Neena era tão atenta às minhas necessidades e tão boa companhia que a mantive. Também gostava muito de seu olho para moda.

Neena arregalou os olhos diante daquele espaço imenso.

— Talvez devêssemos reorganizar isso aqui.

— Pode reorganizar, se tiver tempo. Mas não é um projeto que me interessa.

— Não quando posso procurar as roupas para a senhorita, não é? — ela provocou.

— Exatamente!

Ela levou na brincadeira e, rindo, começou a vasculhar entre vestidos e calças.

— Gostei do seu cabelo hoje — comentei.

— Obrigada.

Todas as criadas usavam touca, mas mesmo assim Neena era muito criativa com seus penteados. De vez em quando, cachos grossos e escuros emolduravam seu rosto; outras vezes, enrolava as mechas num coque. Naquele dia, tranças largas rodeavam sua cabeça enquanto o resto do cabelo estava coberto. Eu gostava muito de ver que ela inventava maneiras diferentes de usar o uniforme, personalizando-o todos os dias.

— Ah! Está aqui atrás! — exclamou Neena, puxando o vestido longuete e estirando-o sobre a pele escura de seu braço.

— Perfeito! E você sabe onde está meu blazer cinza? Aquele de mangas três quartos?

Ela me olhou impassível.

— Com certeza vou reorganizar isso aqui.

— Você procura, eu me visto — falei, rindo.

Pus a roupa e penteei o cabelo, me preparando para mais um dia como o futuro rosto da monarquia. A combinação era feminina o bastante para conferir um ar de suavidade, mas também forte o bastante para que eu fosse levada a sério. Era um bom estilo a seguir, e eu o seguia diariamente.

Olhei para o espelho e disse para meu reflexo:

— Você é Eadlyn Schreave. Será a próxima pessoa a governar este país e a primeira garota a fazer isso sozinha. Nenhuma pessoa — prossegui — é tão poderosa quanto você.


Meu pai já estava no escritório com a testa franzida enquanto lia as notícias. Exceto pelos olhos, eu não era muito parecida com ele. Aliás, nem com a minha mãe.

Com o cabelo escuro, o rosto oval e a pele com um leve bronzeado que durava o ano todo, eu parecia mais com a minha avó do que com qualquer outra pessoa. No corredor do quarto andar havia uma pintura dela no dia de sua coroação. Eu costumava analisá-la quando era mais nova para tentar adivinhar como seria quando crescesse. A idade dela no retrato era próxima da minha agora e, embora não fôssemos idênticas, às vezes eu tinha a sensação de ser seu reflexo.

Cruzei a sala e beijei meu pai na bochecha.

— Bom dia.

— Bom dia. Você viu os jornais? — ele perguntou.

— Sim. Pelo menos ninguém morreu desta vez.

— Graças aos céus.

As piores revoltas eram as que resultavam em mortes ou desaparecimentos. Era terrível descobrir que rapazes foram espancados só porque se mudaram com a família para um bairro melhor, ou que mulheres foram atacadas por tentar conseguir um emprego que, no passado, era proibido para elas.

Às vezes, o motivo e as pessoas por trás desses crimes eram descobertos rapidamente, mas quase sempre havia muitas trocas de acusação e nenhuma resolução definitiva. Eu ficava exausta só de ouvir e sabia que era ainda pior para meu pai.

— Não entendo — ele disse ao tirar os óculos de leitura e esfregar os olhos. — Eles não queriam mais as castas. Nós fomos com calma, eliminamos as divisões devagar para todos conseguirem se adaptar. E agora eles queimam prédios.

— Há algum jeito de regulamentar isso? Podemos criar uma comissão para supervisionar as reclamações.

Voltei a observar a foto no jornal. No canto da imagem, o jovem filho do dono do restaurante chorava a perda de tudo. Sinceramente, eu sabia que as reclamações chegariam tão rápido que ninguém seria capaz de atendê-las, mas também sabia que meu pai não suportaria ficar de braços cruzados.

— É isso que você faria? — ele perguntou, olhando para mim.

— Não — respondi com um sorriso. — Eu perguntaria ao meu pai o que ele faria.

Ele suspirou.

— Nem sempre você terá essa opção, Eadlyn. Você precisa ser forte, decidida. Como você resolveria este incidente em particular?

Pensei um pouco antes de responder.

— Não acho que seja possível resolver essa situação. Não há meio de provar que foram as velhas castas que impediram a promoção do garçom. A única coisa que podemos fazer é abrir uma investigação para descobrir quem iniciou o incêndio. Uma família perdeu seu sustento hoje, e alguém deve ser responsabilizado. Não é com incêndios que se faz justiça.

Ele balançou a cabeça e pousou os olhos no jornal novamente.

— Acho que você está certa. Gostaria de poder ajudá-los. Mas, acima de tudo, precisamos pensar em como evitar que aconteça novamente. A situação já saiu do controle, Eadlyn, e isso é assustador.

Meu pai atirou o jornal no lixo e levantou, caminhando até a janela. Por sua postura, dava para perceber que estava tenso. Às vezes, sua função lhe trazia muita alegria, como quando visitava escolas cujas condições trabalhara sem descanso para melhorar ou quando via o florescimento de comunidades naquele tempo livre de guerras que havia inaugurado. Mas essas ocasiões se tornavam cada vez mais raras e escassas. Ele passava a maioria dos dias angustiado com a situação do país, fingindo sorrisos para os jornalistas, na esperança de que sua postura calma contagiasse a todos. Minha mãe o ajudava a carregar o fardo, mas no fim das contas o destino do país recaía única e exclusivamente nas suas costas. Um dia, estaria nas minhas.

Consciente de que se tratava de uma questão totalmente fútil, eu me preocupava com a possibilidade de ficar grisalha antes da hora.

— Faça uma anotação para mim, Eadlyn. Lembre-me de escrever ao governador de Zuni, Harpen. Ah, e escreva que a carta é para Joshua Harpen, não para o pai dele. Sempre esqueço que foi ele quem concorreu nas últimas eleições.

Anotei as instruções com minha elegante letra cursiva, pensando em como meu pai ficaria satisfeito ao vê-la mais tarde. Ele costumava pegar muito no meu pé por causa da minha caligrafia.

Sorrindo comigo mesma, me voltei para meu pai, mas logo desanimei ao vê-lo coçar a cabeça, tentando desesperadamente encontrar uma solução para aqueles problemas.

— Pai?

Ele se virou para mim e, por instinto, endireitou os ombros, como se precisasse assumir uma postura forte mesmo diante de mim.

— Por que você acha que isso está acontecendo? Não foi sempre assim.

Ele arqueou as sobrancelhas e começou a responder:

— Com certeza não — disse, quase para si mesmo. — No começo, todos pareciam contentes. Cada vez que removíamos uma casta, as pessoas festejavam. Apenas nos últimos anos, depois que todos os rótulos foram oficialmente apagados, as coisas saíram do controle.

Ele voltou a olhar pela janela antes de prosseguir:

— Só consigo pensar em uma coisa: quem cresceu com as castas tem consciência de que o que temos agora é melhor. Em comparação, é mais fácil casar ou trabalhar. A renda de uma família não provém de apenas uma profissão. Há mais opções quando se trata de educação. Mas aqueles que estão crescendo sem as castas e ainda enfrentam obstáculos… Acho que não sabem o que mais podem fazer.

Meu pai então olhou para mim e deu de ombros.

— Preciso de um tempo — murmurou. — Preciso dar um jeito de pausar os acontecimentos, resolver essa situação e então dar sequência ao governo.

Notei um sulco profundo em sua testa.

— Pai, não acho que isso seja possível.

Ele achou graça.

— Já fizemos isso antes. Eu lembro…

O foco de seu olhar mudou. Ele me observou por um momento. Parecia me fazer uma pergunta sem palavras.

— Pai?

— Sim?

— Você está bem?

Ele piscou algumas vezes antes de falar:

— Sim, querida, muito bem. Por que você não vai trabalhar naqueles cortes orçamentários? Podemos repassar suas ideias hoje à tarde. Preciso conversar com sua mãe.

— Claro.

Talento para matemática não era algo natural para mim. Por isso, eu levava o dobro do tempo para fazer cortes no orçamento e planejamentos financeiros. Mas também recusava veementemente que um dos conselheiros de meu pai ficasse atrás de mim com uma calculadora, tentando consertar minha bagunça. Ainda que precisasse passar a noite em claro, sempre garantia que meu trabalho estivesse correto.

Claro, Ahren era naturalmente bom em matemática, mas ninguém nunca o obrigava a aturar reuniões de orçamento, rezoneamento ou serviços de saúde. Ele sempre escapava ileso por causa daqueles malditos sete minutos.

Meu pai me deu um tapinha no ombro antes de sair do escritório às pressas. Levei mais tempo que o normal para me concentrar nos números. Não conseguia parar de pensar em sua expressão e estava certa de que tinha alguma coisa a ver comigo.


CAPÍTULO 2

Após trabalhar no relatório do orçamento por algumas horas, eu decidi que precisava de um intervalo e retirei-me para o meu quarto para ganhar de Neena uma massagem nas mãos. Eu amava esses pequenos momentos de luxo no meu dia. Vestidos feitos na medida certa para mim, sobremesas exóticas simplesmente porque era quinta-feira, e um fornecimento interminável de coisas lindas, eram todas vantagens; e eram facilmente a melhor parte do trabalho.

Meu quarto tinha vista para os jardins; e conforme o dia se deslocava, a luz mudava para um quente cor de mel, que brilhava nos altos muros. Eu foquei no calor e nos dedos deliberados da Neena.

 — De qualquer modo, o rosto dele ficou todo estranho. Foi meio como se ele tivesse desaparecido por um minuto.

Eu tentava explicar o afastamento fora do comum do meu pai nesta manhã, mas era difícil de conseguir. Eu nem ao menos sabia se ele encontrou ou não a minha mãe, porque ele não voltou para o escritório.

— Você acha que ele está doente? Ele parece cansado, nesses últimos dias. — As mãos da Neena faziam sua mágica conforme ela falava.

— Talvez —  eu respondi, pensando que o Papai não estava exatamente cansado. — Ele provavelmente só está estressado. E como poderia não estar, com todas as decisões que ele tem que tomar?

— E algum dia essa será você — ela comentou, sua voz em uma mistura de genuína preocupação com uma brincadeira divertida.

— O que significa que você me fará duas vezes mais massagens.

— Eu não sei — ela disse. — Eu acho que em alguns anos eu talvez goste de tentar algo novo.
           Eu fiz uma careta.

— O que mais você faria? Não há muitos cargos melhores do que trabalhar no palácio.

Houve uma batida na porta e ela não teve uma chance de responder a pergunta.
         
Eu fique em pé, colocando meu blazer de volta para parecer mais apresentável e dei um aceno para que Neena deixasse meus visitantes entrar.
         
— Mãe. Pai. — Eu atravessei o quarto para abraçá-los. — Eu estava prestes a voltar para o escritório.
         
Mamãe colocou meu cabelo atrás da minha orelha, sorrindo para mim.
         
—  Eu gosto desta aparência.
         
Eu andei para trás orgulhosamente, com o vestido em minhas mãos.
         
— Os braceletes realmente arrasam, você não acha?
           Ela riu.
           — Excelente atenção ao detalhe.
           De vez em quando, minha mãe me deixa escolher joias ou sapatos para ela, mas era raro. Ela não achava tão divertido quanto eu e não dependia dos acessórias para a beleza. Eu gostava de ela ser clássica.
         
Mamãe virou e tocou no ombro de Neena.
         
 — Você está dispensada — ela disse quietamente.
         
Neena instantaneamente fez uma cortesia e nos deixou sozinhos.
         
— Há algo errado? — perguntei.
         
— Não, meu amor. Nós simplesmente queremos conversar em particular. — Papai estendeu a mão e levou-nos para a mesa. — Nós temos uma oportunidade para conversar com você.
         
— Oportunidade? Nós vamos viajar? — Eu adorava viajar. — Por favor, me digam que nós vamos finalmente viajar para a praia. Poderia ser apenas nós seis?
         
Mesmo com três irmãos ocasionalmente indisciplinados, eu amava o tempo que passávamos juntos. Eu sonhei com o Papai finalmente — finalmente! — nos levando para a praia.
           —  Não exatamente. Nós não iremos a algum lugar enquanto tivermos visitantes. — Mamãe explicou.
         
— Ah! Companhia! Quem virá?
         
Eles trocaram olhares, então Mamãe continuou falando:
         
— Você sabe que as coisas estão precárias no momento. O povo está inquieto e infeliz e nós não conseguimos encontrar uma maneira de parar com a tensão.
         
Suspirei.
         
— Eu sei.
         
— Nós estamos pensando em um modo de elevar a moral — Papai acrescentou.
         
Eu me animei. Elevar a moral geralmente envolvia uma celebração. Eu era sempre a favor de uma festa.
         
— O que vocês têm em mente? — Eu comecei a desenhar um novo vestido em minha cabeça e o excluí quase que instantaneamente. Aquela não era exatamente a atenção que eu precisava no momento.
         
— Bem — Papai começou — as pessoas respondem melhor com algo positivo em nossa família. Quando sua mãe e eu nos casamos, foi uma das melhores temporadas do país. E você se lembra de como as pessoas deram festas nas ruas quando Osten estava a caminho?
         
Sorri. Eu tinha oito quando o Osten nasceu e eu nunca vou me esquecer de como as pessoas ficaram animadas logo após o anunciamento. Eu escutei a música tocando da minha cama até quase o amanhecer.
         
— Aquilo foi maravilhoso.
         
— Foi. E agora as pessoas olham para você. Não vai demorar muito para você ser a rainha — Papai deu uma pausa. — Nós pensamos que talvez você estaria disposta a fazer algo publicamente, algo que seria animador para as pessoas mas que também traria muitos benefícios para você.
         
Eu estreitei meus olhos, sem saber onde isso terminaria.
         
— Estou escutando.
         
Mamãe limpou a garganta.
         
— Você sabe que no passado as princesas se casavam com príncipes de outros países para estabilizar as nossas relações internacionais.
         
— Eu ouvi você usar o termo no passado, estou correta?
         
Ela riu, mas eu não achei graça.
         
— Sim.
         
— Ótimo, porque o príncipe Nathaniel parece um zumbi, o príncipe Hector dança como um zumbi, e se o príncipe da Federação Alemã não aprender a adotar a higiene pessoal até a festa de Natal, ele não deve ser convidado.
         
Mamãe esfregou a lateral de seu rosto em frustração.
         
— Eadlyn, você sempre foi tão exigente!
         
Papai deu de ombros.
         
— Talvez isso não seja algo ruim. — Mamãe olhou fixamente para o Papai enquanto ele dava de ombros.
         
Eu franzi as sobrancelhas.
         
— Do que é que vocês estão falando?
         
Eles trocaram olhares outra vez, claramente com dificuldades em chegar ao ponto.
         
— Você sabe como sua mãe e eu nos conhecemos — Papai começou.
         
Eu revirei meus olhos.
         
— Todos conhecem. Vocês dois são praticamente um conto de fadas.
         
Com essas palavras o olhar dos dois ficou mais suave, e sorrisos atravessaram seus rostos. Seus corpos pareceram inclinarem-se levemente na direção um do outro e Papai mordeu seu lábio olhando para a Mamãe.
         
— Com licença. Primogênita no recinto, vocês se importam?
         
Mamãe corou assim que Papai limpou a garganta e continuou:
         
— O processo da Seleção foi um sucesso para nós. E embora meus pais tenham tido seus problemas, também funcionou para eles. Então… Esperávamos que… — Ele hesitou e encontrou meus olhos.
         
Eu fui lenta para entender suas dicas. Eu sabia o que a Seleção era, mas nunca, nem uma vez, foi sugerida como uma opção para qualquer um de nós, e muito menos para mim.
         
— Não.
         
Mamãe levantou as mãos, advertindo-me.
         
— Apenas ouça…
         
— Uma Seleção? — explodi. — Isso é insano!
         
— Eadlyn, você está sendo irracional.
         
Eu olhei para ela.
         
— Você prometeu, prometeu!, que nunca me forçaria a me casar com alguém por causa de uma aliança. Como isso pode ser melhor?
         
— Ouça-nos — ela incitou.
         
— Não! — gritei. — Eu não farei isso.
         
— Acalme-se, amor.
         
— Não fale comigo desta forma, não sou uma criança.
         
Mamãe suspirou.
         
— Você está certamente agindo como uma.
         
— Você está arruinando a minha vida! — Corri meus dedos pelo meu cabelo e respirei diversas vezes, esperando que me ajudasse a pensar. Isso não poderia acontecer. Não comigo.
         
— É uma gigantesca oportunidade — Papai insistiu.
         
— Vocês estão tentando me algemar a um estranho!
         
— Eu disse que ela seria teimosa — Mamãe murmurou ao Papai.
         
— Me pergunto de onde isso veio — ele atirou de volta com um sorriso.
         
— Não falem de mim como se eu não estivesse aqui!
         
— Sinto muito. — Papai disse — Nós apenas precisamos que você considere isso.
         
— E o Ahren? Ele pode fazer isso?
         
— Ahren não será o futuro rei. Além do mais, a essa altura nós sabemos que ele vai governar na França ao lado de Camille.
         
A princesa Camille era a herdeira do trono da França e alguns anos atrás ela conseguiu fincar todas as suas presas no coração de Ahren.
         
— Então façam-os se casar! — implorei.
         
— Camille será rainha quando chegar a vez dela e ela, como você, terá que pedir o parceiro em casamento. Se fosse uma decisão do Ahren, ele consideraria; mas não é.
         
— E o Kaden? Ele não pode fazer isso por vocês?
         
Mamãe gargalhou sem humor.
         
— Ele tem catorze anos! Nós não temos esse tipo de tempo. As pessoas precisam de algo para se animarem agora. — Ela estreitou os olhos para mim. — E, honestamente, não está na hora de você procurar alguém para governar ao seu lado?
         
Papai assentiu.
         
— É verdade. Não é um cargo que eu teria gostado de administrar sozinho.
         
— Mas eu não quero me casar — implorei. — Por favor, não me obriguem a fazer isso. Tenho apenas dezoito anos!
         
— Que é a idade com que eu casei com seu pai — Mamãe determinou.
         
— Não estou pronta — insisti. — Eu não quero um marido. Por favor, não me façam fazer isso.
         
Mamãe atravessou a mesa e colocou a mão sobre a minha.
         
— Ninguém faria nada por você. Você faria algo por seu povo. Você daria um presente a eles.
         
— Vocês diz fingir um sorriso quando eu preferiria chorar?
         
Ela fez uma carranca fugaz para mim.
         
— Isso sempre foi parte do seu dever.
         
Eu a encarei, silenciosamente pedindo por uma resposta melhor.
         
— Eadlyn, por que você não tira um tempo para pensar sobre? — Papai disse calmamente. — Eu sei que é algo grande que estamos pedindo a você.
         
— Isso significa que eu tenho escolha?
         
Papai inspirou profundamente, considerando.
         
— Bem, amor, você realmente terá trinta e cinco opções.
         
Eu saltei de minha cadeira, apontando para a porta.
         
— Saiam daqui! — pedi. — Saiam! Daqui!
         
Sem dizer uma palavra, eles saíram do quarto.
         
Eles não sabiam quem eu era, para o que haviam me treinado? Eu era Eadlyn Schreave. Ninguém era mais poderoso do que eu.
         
Então se eles pensavam que eu cairia sem lutar, estavam redondamente enganados.




Sites com as traduções:

http://www.editoraseguinte.com.br/noticias/noticias.php?id=1269

http://jornaloficialdeillea.wix.com/home#!Leia-os-primeiros-capítulos-de-A-Herdeira/c1acb/CEF57E00-69D0-4D39-900A-5384D04BBAD4

terça-feira, 14 de abril de 2015

Resenha - Série Perdida de Carina Rissi


Autora: Carina Rissi - PDF com 345 Páginas - Gênero: Romance,  Literatura Nacional - Ano de Lançamento: 2011 - Ano de Relançamento: 2013

O livro Perdidia de Carina Rissi é maravilhoso e falo isso com propriedade, pois já indiquei este livro para outras pessoas que também o adoraram. Acho que gostei tanto do livro porque a Sofia é um pouco doidinha e me identifico com ela nesse aspecto, além do fato de a história ser muito bem escrita e consegui prender a atenção do leitor até o fim, desculpe, mas já li vários livros nacionais que não tinham uma história bem construída e um texto maçante, mas este não é o caso de Perdida, ainda bem.

Este livro une várias coisas que adoro, Romance, Viajem no Tempo e Comédia, a combinação destes três foram a receita de sucesso do livro que é narrado pela nossa mocinha Sofia, que é um tanto quanto imatura no começo do livro, mais vai amadurecendo ao decorrer da estória enquanto tenta se adaptar aos costumes do séc. XIX e encontrar a mulher que a enviou para este séc. e a obrigar e enviá-la de volta ao séc. XXI.

Em meio a busca de Sofia, nós apaixonamos juntamente com ela pelo adorável Ian, rapaz você também vai querer que existisse um Ian em nosso século, ele acolhe Sofia em sua casa e percebe logo que ela não é dali, ela é uma graça.

Você se diverte muito com as trapalhadas de Sofia, que é uma viciada em tecnologia tendo de viver sem nenhuma no séc. 19, adora Jane Austen e você se verá dando risadas das situações vividas por Sofia.

Perdida possui mais dois livros, Encontrada, que foi recentemente publicado (falarei dele mais abaixo) e o terceiro, narrado por Ian, previsto para agosto de 2015.

Filme

O livro fez tanto sucesso que irá se tornar um filme por meio da produtora Amberg Filmes com o cineasta Luca Amberg, o filme está previsto para ser lançado neste ano de 2015, mas as filmagens ainda não começaram, ainda estão na fase de capitação de recursos.


Encontrada - À espera do felizes para sempre


Autora: Carina Rissi - PDF com 378 Páginas - Gênero: Romance,  Literatura Nacional - Ano: 2014

A continuação do livro Perdida não deixa nada a desejar e mata um pouco a falta que sentimos de Sofia e Ian Clarke ao término do primeiro livro. E como sempre Sofia se mete em grandes confusões tanto antes como depois de seu casamento com Ian, ou melhor, às vezes as confusões vão até ela.

Neste livro mostra como a Sofia têm de se adaptar aos modos, costumes do séc. XIX e como se tornar a senhora Clark, ou seja a senhora de uma casa, como receber visitas e produzer grandes bailes.

Bom dia!

Olá a todos,

Como vocês puderam percebe pelas datas de meus posts anteriores fazia tempo que eu não postava nada novo, pois é, isso aconteceu por vários fatores, o principal foi a preguiça depois da correria do dia a dia, vou tentar manter o blog atualizado a partir de agora. Eu faço posts sobre livros, obviamente duh, antigamente eu comentava sobre eles, vou tentar voltar a comentar, pois gosto de comentar sobre os livros, mas como eu estava postando livros que não tinha lido, acabava não comentando ou ficando com preguiça mesmo.

Quero avisar que não deixarei mais disponível para download os livros falados no blog, pois quase ninguém usa mesmo, recebo vários e-mails de pessoas solicitando enviar os arquivos direto em seus e-mails, então se alguém quiser algum dos livros comentados pede nos comentários o livro com seu endereço de e-mail descrito que eu enviarei ele para você.

Também repaginei o blog e na nova configuração alguns posts ficaram estranhos, então estou arrumando eles aos poucos, pra aqueles que quiserem olhar os post antigos não terem uma leitura desagradável.  Então é isso, aguardem mais posts.

sábado, 2 de agosto de 2014

J. Sterling - Série The Perfect Game



The Perfect Game 01 - The Perfect Game
Autor: J. Sterling
Série:  The Perfect Game #1
Gênero: New Adult
Páginas: 274
Formato: PDF

Sinopse: Ele é um jogo que ela nunca teve a intenção de jogar. E Ela é a virada do jogo que ele nunca soube que precisava. 

The Perfect Game conta a história de juniores da faculdade, Cassie Andrews e Jack Carter. Quando Cassie conhece o otimista jogador de baseball em ascensão, Jack, ela está determinada a ficar longe dele e de sua típica atitude arrogante. Mas Jack tem outras coisas em sua mente... Ambos estão danificados, cheios de desconfiança e protegidos, antes de encontrarem um ao outro (e a si mesmos) nesta jornada emocional sobre amor e perdão. Unidos de uma forma que não só vai quebrar seu coração, mas juntá-lo novamente. As vezes a vida fica feia antes de ficar linda...


The Perfect Game 02 - The Game Changer



Autor: J. Sterling
Série:  The Perfect Game #2
Gênero: New Adult
Páginas: 262
Formato: PDF

Sinopse: A história de Jack e Cassie continua no seguimento do livro best-seller, The Perfect Game. No centro das atenções, Cassie deve aprender a navegar nas águas do mundo, por vezes, implacáveis e cruéis. É um estilo de vida que faz você questionar sua felicidade e sanidade quando o passado nunca está realmente muito atrás. Como vocês ficam juntos quando o mundo está tentando separar vocês?





The Perfect Game 03 - The Sweetest Game
Autor: J. Sterling
Série:  The Perfect Game #3
Gênero: New Adult
Páginas: 191
Formato: PDF

Sinopse: É um inferno de uma marretada no peito quando sua carreira no beisebol chega ao fim. É como se você finalmente perceber que o beisebol nunca retribui o seu amor. Todas as noites sem dormir, as horas gastas na academia tentando manter a forma, preocupado com o condicionamento, o treinamento, a preparação mental, os feriados e aniversários perdidos, as memórias de família na qual você não fez parte... tudo para que ? Não é como seu o beisebol...



Jane Austen - Orgulho e Preconceito

Autor: Jane Austen
Páginas: 335
Formato: PDF


Sinopse: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. 

Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.